Recentemente uma sequência de stories de Maya Massafera em ela que se defende de críticas relacionadas ao corpo, que atualmente é extremamente magro viralizou.
A influenciadora, brevemente, fala sobre o que aprendeu quando estudou na “melhor faculdade de moda do mundo” na Itália.
Misturando fatos históricos (supostamente aprendidos na faculdade) com falácias sem fonte alguma, Maya inicia sua fala afirmando que “gente rica, ou francesa, que entende muito de moda é apaixonada por magreza” para argumentar que para eles ou para a elite brasileira ela não está magra.

Para contrapor e chegar às críticas que recebe, geralmente de seguidores, nas redes sociais Maya continua: “gente mais simples vai me achar magra, é normal, desde que a história é história”.
Depois de explicar o contexto histórico de por que a burguesia adora a magreza e os plebeus, por sua vez, se acostumaram a gordura, Maya termina o raciocínio dizendo que “foi dessa época que começou a achar que quem é mais simples gosta de mulher encorpada e quem é rico gosta de mulher mais magra”.
Terminando o corte do vídeo viral nas redes sociais a influenciadora conclui que quem é mais simples gosta de uma pessoa mais “encorpada”, mas a pessoa mais fashion, das modas e da elite gosta de pessoas mais magras.
Depois de generalizar, estigmatizar e reproduzir preconceito, Maya Massafera finaliza dizendo que “não tem porque a gente atacar o outro” além de parafrasear uma frase da super modelo Kate Moss “não tem sentimento melhor que olhar no espelho e falar: nossa como eu tô magra”.
Honestamente eu não sei nem por onde começar visto os absurdos que ela disse em poucos stories.
Os argumentos aprendidos na melhor faculdade de moda do mundo podem até ser reais (eu realmente não tenho fonte nenhuma pra refutar o que Maya disse e honestamente nem acho isso importante), porém eu sei que o mundo é bem maior que a Europa, portanto isso tudo aí é um recorte não só bastante equivocado pra usar ATUALMENTE como também reforça um discurso completamente ultrapassado e problemático.
A visão de Maya Massafera visão sobre esse assunto que é complexo é muito simplista sabe?
Quem me dera que a gordofobia fosse algo apenas relacionado a classes altas, a gente rica.
Tanto as pessoas “mais simples” como ela disse quanto as pessoas ricas estão vivendo sobre o mesmo sistema e infelizmente, esse sistema é mais duro especialmente com quem é mais pobre.
Pessoas pobres carecem mais de acesso, de informação, de alimentação saudável, de estudos, de vida digna e mesmo assim, por viverem em um sistema gordofóbico procuram a magreza como forma de validação, esse papo de pessoas pobres gostarem de pessoas gordas pela condição financeira que ela tirou do mais completo nada.
Sobre a referência a Kate Moss, vale lembrar que ela foi um símbolo de uma era da moda que romantizou transtornos alimentares e o uso de drogas para manter um corpo magro. Usá-la como argumento para justificar padrões de beleza excludentes só reforça uma mentalidade prejudicial que já deveria ter ficado no passado.
Seria muito incrível se Maya estivesse em 2025, vivendo a diversidade que a atualidade nos oferece (inclusive aqui vai um chá revelação de realidade: você faz parte dela) e principalmente se parasse de usar a moda como uma ferramenta de opressão pra justificar suas escolhas pessoais.
Ah, só lembrando que em toda essa conversa a palavra “saúde” não foi dita nenhuma vez, sabe por quê? Porque nunca foi sobre saúde.